Manchineri

terça-feira, 25 de maio de 2010

2010 - Ano Internacional da Biodiversidade - EU PROTEJO!


"...Sua qualidade de Vida depende da Vida do Planeta. CUIDE, PRESERVE!"



A Biodiversidade está intimamente ligada a nós, mesmo que seja um conceito de difícil aplicação no nosso cotidiano, já que a velocidade que as coisas e informações acontecem, muitas vezes, acabam atropelando nosso próprio tempo.

"Você é a Biodiversidade A maior parte do oxigênio que respira é proveniente do plânction dos oceanos e das florestas frondosas de todo o mundo.

Provavelmente, as frutas e as verduras que come foram polinizadas por abelhas e a água que bebe faz parte de um grande ciclo global no qual você está incluído, assim como as nuvens, as selvas, as geleiras, os rios e todos os oceanos.

Sua alimentação depende quase que por completo das plantas e dos animais que nos rodeiam, desde os vegetais que nos proporcionam arroz e trigo, até os peixes e a carne de animais de grande porte, além dos hortifrutigranjeiros. Seu corpo contém por volta de cem bilhões de células e está conectado com tudo o que o rodeia no mundo exterior através de um maravilhoso e completo sistema imemorial. Compartilha seus átomos com todos os seres e elementos do mundo natural, é ancestral e inconcebivelmente jovem ao mesmo tempo. A biodiversidade é a vida; sua vida é a biodiversidade e a biodiversidade é você.

Você compartilha o planeta com treze milhões de espécies vivas distintas, entre elas, se incluem plantas, animais, bactérias, das quais somente 1,75 milhões possuem um nome e já estão classificadas; a maior parte, ainda desconhecida. Esta riqueza natural incrível é um tesouro de incalculável valor, que forma a base fundamental de sua qualidade de vida. Os sistemas e processos que esses milhões de organismos proporcionam de forma coletiva, produzem seu alimento, sua água e o ar que você respira: ¾ elementos fundamentais da vida.

Além disso, também proporcionam a madeira e os materiais vegetais para a construção de móveis, edifícios e combustíveis, os mecanismos que regulam o clima e controlam as inundações, a reciclagem de seu lixo, componentes radioativos e os produtos químicos com os quais se fabricam medicamentos. Entretanto, é muito fácil esquecer ou não perceber o óbvio, pois nossa relação na biodiversidade é tão perfeita e harmoniosa que tudo nos parece uma unidade única, e desta forma muitas vezes não atentamos para as partes dessa “unidade”.

A contribuição da biodiversidade em sua vida, além de ser prática, física, orgânica e utilitária, é também cultural. A biodiversidade do mundo natural tem sido uma fonte constante de inspiração ao longo da história da humanidade. Tem o seu nascedouro em tradições e na forma com que foram apropriados pelas sociedades, incorporando-se aos serviços básicos, sobre o qual foram sendo construídos o comércio e a economia. O desaparecimento de espécies únicas é uma perda incalculável e irreversível que nos deixa muito mais pobres. A perda de espécies icônicas e simbólicas no solo implica uma tragédia cultural, visto que prejudica nossa própria sobrevivência.

As atividades humanas dependem da bela e abundante diversidade do mundo natural. A derrubada e a queima das florestas, a eliminação dos manguezais, o cultivo intensivo e o stress produzido pela contaminação, a pesca predatória e os efeitos das mudanças climáticas estão destruindo a biodiversidade."

Fonte: Todas as consultas devem ser dirigidas a:
Secretaria da Convenção da Diversidade Biológica
Em atenção do Ano Internacional da Biodiversidade
Logo Review Board
413 Saint Jacques Street, suíte 800
Montreal, QC, Canadá
H2Y1N9
Fax +1 514 288 6588
Correio eletrônico: IYB2010@cbd.int

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Desmatamento e os Índios

Desmatamento e recursos exauridos
mudam hábitos e adoecem indígenas


Flavia Bernardes


O meio em que os indígenas do País vivem tem relação direta com a saúde desta população. A conclusão é do 1° Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, feito pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que apontou a existência de doenças que vão desde a desnutrição à obesidade em aldeias indígenas do País, ocasionando uma espécie de “transição epidemiológica”, diretamente ligada à degradação do meio em que vivem.

A incidência dos problemas nas mulheres indígenas, por exemplo, varia de acordo com a região: cerca de 47% das mulheres da região Norte (mais rural) tinham anemia e 22,4% das índias das regiões Sul e Sudeste (mais urbanizadas) sofriam com obesidade e 12% com pressão arterial.

Nas aldeias do Espírito Santo, o problema também ocorre e as índias reclamam das “doenças de branco”, que se tornam mais freqüentes a cada dia. Na região, as aldeias estão ilhadas entre eucaliptos, onde a terra é fraca devido ao intenso uso de agrotóxico e as famílias sobrevivem apenas com alimentos de subsistência. Além da obesidade, elas sofrem também de pressão arterial alta, problemas de nutrição como a anemia.

Segundo o estudo, estas comunidades sentem na saúde o impacto do desmatamento e da exploração de recursos naturais. Segundo a pesquisa – feita em 2008 e 2009 pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com financiamento do Banco Mundial – mais de 19% das crianças indígenas do País foram hospitalizadas nos 12 meses antes do levantamento, principalmente por pneumonia e diarreia.

Além da destruição do seu habitat, os índios sofrem também com o avanço da urbanização, que leva não só à mudanças de hábitos alimentares, mas também a alterações da própria cultura.

Os dados do inquérito epidemiológico indígena subsidiarão a atuação da futura Secretaria de Atenção à Saúde Indígena, que será criada no Ministério da Saúde após aprovação da Medida Provisória 483.

A MP 483/10 altera a lei 10.683/03 e dispõe sobre a organização da Presidência da República e Ministérios. A medida autoriza a criação, no âmbito do Ministério da Saúde, de uma nova secretária, com 118 novos cargos para sua estruturação. A publicação dessa medida vai permitir a criação da Secretaria de Saúde Indígena, diretamente vinculada ao ministro de Estado da Saúde.

Indígenas no Espírito Santo

Os índios Tupinikim e Guarani vivem no norte do Espírito Santo, em uma área de cerca de 18 mil hectares homologados como terras tradicionalmente indígenas. Essas terras estiveram em poder da ex-Aracruz Celulose (Fibria), por trinta anos, e foi onde a empresa plantou o que, pelos índios, é conhecido como “deserto verde”.

Entre os desertos verdes, esses índios se mantiveram ilhados por anos, lutando por suas terras e também submetidos a diversas formas de desrespeito à legislação ambiental e aos direitos humanos.

A retomada de suas terras tem a ver com o resgate da tradição indígena da parte dos Tupinikim e também dos Guaranis, que apesar de resistirem e jamais abrirem mão de seus costumes, também sentiram a influência da urbanização que avançou sobre as comunidades indígenas.

Após a recuperação, pouco foi feito e as comunidades se veem abandonadas pelo poder público. A reclamação é sobre o aumento de violência, a chegada de forasteiros, a proximidade da população indígena com as drogas, que atualmente são oferecidas à beira da rodovia que corta a região, entre outros problemas.

Apesar de terem que negar sua condição indígena para evitar maus tratos no passado, os índios cobram dignidade e atenção.

Projetos para recuperação de terras e plantios de alimentos foram prometidos no ato da homologação de suas terras. Entretanto, afirmam os índios, a comunidade ainda enfrenta dificuldade.

Para os índios, a recuperação dos atuais 11 mil hectares - somados aos pouco mais de 7 mil hectares homologados no passado - não atinge toda a área que lhes pertencia, cerca de 40 mil hectares, mas lhes basta, no momento, para que possam reviver neles a vida vivida por seus antepassados dentro de aldeias.

fonte: http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=5727

Kuntanawa do Alto Rio Tejo

Kuntanawa

Kuntanawa do Alto Rio Tejo

Da Redação

Os Kuntanawa são um povo indígena com uma dura história de perseguição durante a instalação dos seringais no Acre, tendo grande parte da sua gente exterminada. Junto com essas pessoas foram também alguns segredos que se passava de pai para filho e demais tradições culturais.

Esse povo vive às margens do alto rio Tejo, no interior da Reserva Extrativista (Resex) do Alto Juruá, localizada no extremo oeste do estado do Acre, no município de Marechal Thaumaturgo. Estão progressivamente aglutinando-se em aldeias, sendo a principal delas conhecida como Sete Estrelas.

Com a sua cultura fragmentada, os Kuntanawa buscam agora resgatar tudo o que foi perdido. Não aceitam mais ser discriminados como os “caboclos dos Milton”, nome dado em referência ao seu patriarca (Milton Gomes da Conceição). Eles querem ser reconhecidos pela sua origem. Ser índio. Ter o direito a amar e a cuidar da natureza.

A grande luta desse povo ultimamente tem sido conseguir uma área indígena dentro da Reserva Extrativista do Alto Juruá. O cacique Kuntanawa, Seu Milton Gomes da Conceição, 73 anos, diz: “Estamos querendo ajudar o próprio IBAMA a tomar conta direitinho da Reserva”. Ele conta ainda o que já enfrentaram: “No começo o pessoal do IBAMA estava cismado com a nossa luta pelo reconhecimento de uma terra indígena dentro da Reserva”.

Kuntanawas de todas as gerações estão reunidos em defesa da criação de sua Terra Indígena. O ano de 2008 foi prova da sua ação, alguns deles participaram da Oficina de cartografia do PNCSA realizado em outubro, na aldeia Sete Estrelas, no Alto Rio Tejo, onde estudaram seu possível território. Eles clamam pelo direito a demarcação das terras, e o que mais querem é poder cuidar e proteger a floresta dos cariús (forma como eles se referem aos não-índios).

Este povo é o tema do 31º fascículo do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA). “Kuntanawa do Alto Rio Tejo” mostra de uma forma bem simples ao leitor a história e luta social desse povo. As páginas revelam a vontade deste povo de resgatar sua cultura, tradições e a retomada de rituais com a bebida ancestral ayahuasca, que eles consideram como “um grande professor”.

O fascículo será lançado esta terça-feira (4), às 19 horas no anfiteatro Garibaldi Brasil - UFAC. O evento contará com a participação de Haru Xiña (Liderança do povo Kuntanawa), Mariana Ciavatta Pantoja, da CFCH/UFAC, Terri Vale de Aquino do PNCS, Marcelo Piedrafita, do Museu Nacional/UFRJ, e Francisco Pianko, assessor especial de assuntos indígenas.

fonte: bibliotecadafloresta.ac.gov.br